3 de jun. de 2011

Não quero crescer!

Mais do que ser invadida, eu odeio invadir. Sempre odiei. Interromper, invadir, chegar atrasada, estar no lugar errada, dizer algo quando não fui solicitada, são coisas que me deixam nervosa sempre.
Estamos estudando na escola a guerra fria, que eu acho igual a todas as guerras. Invasões idiotas por desejo de espaço. Para que mais espaço?
Não estão satisfeitos com o que a natureza deu a eles? E vale a pena destruir a vida de milhões para imprimir papéis?! Isso é certo? Aposto se você perguntar a um político ele vai dizer que você é jovem e tem muito a aprender, que quando eu crescer, tudo fará sentido
Por isso eu não quero crescer.
Quero permanecer uma criança para sempre, feliz e inocente, debaixo das asas quentes da minha mãe e do meu pai, longe do desejo demoníaco do dinheiro e da ganância que eu infelizmente já comecei a ser infectada. Quero continuar preocupada com o mundo, não esquecendo das coisas porque deixaram de ser notícia, fazer perguntas engraçadas e ter que tocar tudo para realmente conhecer.
Ser teimosa e gritar com os joguinhos ridículos de ABC. Sempre achar que seu biscoito é menor que o do amigo ou do irmão, correr e rolar na grama, pular amarelinha na calçada e evitar pisar nas linhas. Ao atravessar a rua, pisar apenas nas faixas brancas ou só nas pretas, saltitando por todo o lugar.
Precisar de beijinho no machucado e faltar na escola por gripe. Chorar no Rei Leão e gritar pela mãe do Bambi. Roubar cobertura de bolo com o dedo indicador, e pular na cama elástica. Lamber o picolé e chupar balas de iogurte. Cantar Ilariê e inventar dancinhas para tudo.
Se só existissem crianças, despreocupadas e incentes, o mundo seria mais verde.

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