20 de dez. de 2012

Hoje, a cinco dias, era quando eu deveria postar um feliz natal, e avisar que irei me ausentar até o começo de 2013. Porém, a apenas um avassalador dia do fim do mundo, me sinto na obrigação de avisar aos que desejam sobreviver que essa não será uma tarefa fácil.
Depois de uma grande experiência recolhida de livros de romance pós-apocalíptico, posso dizer que, na melhor das hipóteses, ficaremos aqui, fritando com o aquecimento global, e que os maias eram, provavelmente, os maiores sacaneadores da história mundial. Na melhor das hipóteses, todos morreremos e não teremos que ver as baratas e besouros evoluírem e tomarem conta do mundo, e depois se envolvendo em Guerras Mundiais armados de inseticidas.
Porém, nesse ultimo dia antes do fim do mundo, venha do jeito que vier, não posso deixar de pensar em tudo que eu não fiz. Na verdade, para fazer tudo o que eu não fiz, eu necessitaria de, pelo menos, mais uns 500 anos, só para começar. E trezentos desses, gastaria para ler tudo o que queria. Também precisaria de dinheiro. Provavelmente, o resto dos outros 200 anos, precisaria passar trabalhando.
Mas a vida é assim mesmo, o que há de se fazer? Só podemos torcer para que, quando as guerras de inseticidas começarem, as baratas tenham resolvido o problema das latas em aerossol, pois o fim do mundo pode chegar para elas também.

Skitter - A Maluca do Blog (Que odeia baratas)

8 de dez. de 2012

Alagamento: Um depoimento encharcado

Aproximadamente às 16 horas da tarde, na cidade de Campo Largo, tudo ia bem. Naquela manhã tinha abraçado minha mãe de forma mais forte do que o normal. Ela ia fazer uma de suas primeiras trilhas, uma escalada ao topo do Pico do Paraná. Estava meio apreensiva com tudo aquilo, mas ela estava decidida, e estava em mãos competentes.
Meu pai me buscou em casa e fomos almoçar com minha irmã e minha madrasta. Deixamos minha irmã na casa da minha avó e pegamos estrada para Campo Largo, onde minha madrasta reside, e onde ela iria trabalhar em um casamento mais tarde. Meu pai e minha madrasta aprontaram tudo para que eu e meu irmão postiço ficássemos sozinhos. Tinha janta congelada, cama arrumada, TV e computador prontos. Estivera nublado o dia todo, mas com um calor infernal, que perdurara a semana inteira.
Em questão de minutos, o tempo virou drasticamente. Eu observei, passiva, com o netbook do meu pai sobre o colo, enquanto as nuvens se movimentavam de forma assustadoramente rápida, quase como um ciclone. Então, a chuva e a água tomaram conta do mundo. Era um pouco desesperador. Era quase impossível ver muito a frente. Senti-me a frente de um dilúvio. Depois tudo começou a encher e encher. Toda aquela água cristalina caindo do céu, formando uma piscina na frente da casa, começou a parecer um sonho. Sempre que eu via enchentes na TV quando pequena, pensava como seria incrível ver uma enchente. Um dia de sereia, poder ir nadando à todo lugar! O que poderia ser melhor do que isso?
Então tomei coragem e pedi ao meu pai que me deixasse ir ver a chuva. Ele deixou. Me molhei toda, até os ossos, mas estava feliz quando cheguei ao portão e vi toda aquela água lavando o suor dos corpos deixados pelo Sol. Voltei para dentro de casa, e voltei a digitar tranquilamente minha fanfic. Daqui a pouco, não consegui ficar parada e fui até a porta. A água avançara e subira mais um pouco. Já me batia nos joelhos. Dali a pouco entrei por um segundo para checar o Facebook.
Só ouvi minha madrasta rindo e fui ver o que estava acontecendo. A água estava vindo para dentro e começamos a nos desesperar. Mas de leve. Não esperávamos a proporção que tudo tomou. Tentamos conter a água com rodos e vassouras, mas ela avançou. O desespero retornou. Começamos a recolher tudo o que estava pelo chão na lavanderia e na cozinha. Mas o estado se deteriorou. A água que entrava em casa já não era mais só da chuva. Agora água de bueiro vinha na nossa direção, com todo o sortilégio de itens desprezíveis boiando. Antes que eu percebesse, já perdera a conta de besouros e baratas que passaram por nós. E a água não parava de subir. Comecei a desesperadamente tirar tudo das tomadas e colocando-as para cima.
A água subia. Então eu ouvi gritos e corri para a cozinha. Minha madrasta gritava.
-Meus livros! Minhas roupas!
Ela começou a chorar. E todo aquele desespero me alcançou. E se fossem os meus livros e as minhas roupas? E se nunca pudéssemos repor nada daquilo? Então me lembrei da minha mãe, no topo daquela montanha... Nunca tinha me sentido tão impotente, correndo para recolher tudo que estivesse ao alcance das águas. Só depois que a chuva parou que pudemos nos mexer. Desentupimos os ralos, e a medida que a água se esvaia, a lama aparecia. Era um cenário meio apocalíptico.
Levamos quase uma noite inteira para reparar o que a água estragou em menos de 20 minutos. Puxando água com o rodo, passando pano, e limpando a terra do chão. Jamais teria pensado que uma enchente poderia ser tão ruim se não tivesse vivido. É algo que não desejo para ninguém.

Skitter - A Maluca do Blog

29 de nov. de 2012

Dicas da Mamãe Skitter para futuros escritores (e NaNos): Um livro em trinta dias... Ou quase.

O leitor assíduo do blog, leu minha penúltima postagem, sobre o NaNoWriMo (Nacional Novel Writing Month -> Mês Nacional de Escrita de Romances, em uma tradução literal). O leitor de primeira viagem por aqui, provavelmente desceu algumas postagens para dar uma olhada. Não precisa, eu explico. O objetivo do programa, criado em San Francisco, na California, por um grupo de amigos é escrever 50 000 palavras em um período de trinta dias (Neste caso, Novembro). Antes que perguntem, sim, precisam fazer sentido, e sim, podem repetir. As 50 000 palavras (ou 50k em gírias americanas), devem ser uma história, uma fanfiction, e as vezes até mesmo um TCC.
Na semana passada, conclui meu primeiro NaNo, alcançando um total de, mais ou menos, 90 páginas. Isso não dá um livro, é claro. Mas é um começo. Porém, eu sou uma pessoa desocupada (Tenho a escola, o inglês, o espanhol e o teatro), e despreocupada das dificuldades adultas (Como caminhar, pegar ônibus, dirigir, pegar trânsito, pagar contas, cozinhas, cuidar da casa, dos filhos, preparar seminários para a faculdade e outros afins) e sei que muitos dos meus amigos, as pessoas maravilhosas que eu conheci nos chats e no Facebook ainda estão meio enrolados e correndo para terminar seus romances até amanhã, o último dia do NaNo. Então para eles, e para muitos outros escritores engavetados que não conseguem encontrar tempo para suas histórias, algumas dicas:

1 - Planeje antes.
Aprendi isso do modo difícil, depois do fracasso de algumas tentativas (Intituladas Os 7 Irmãos, A Grande Cidade Submersa, e A Garota dos Lobos), finalizadas, mas não publicáveis - Nem ao menos editáveis. Minha filosofia ao escrever tais textos era: Escrever como se não tivesse amanhã e editar em um amanhã que não existe. Eu estava tão confiante de que era boa, que a simples ideia de reler e arrumar as partes ruins me fazia rir. 
Porém, meu mais recente sucesso (E vencedor do NaNo este ano), Lendas, foi o primeiro livro que planejei do começo ao fim. Peguei páginas de caderno e esbocei o que aconteceria em cada capítulo até o fim do livro, chegando assim, à mais ou menos o número de capítulos que eu queria (Cerca de 32 capítulos). Isso é a melhor coisa que você pode fazer em um projeto, porque:
-Evidencia os erros na storyline (enredo) que você tinha na cabeça, evitando que você tenha que descobri-los durante a escrita (Um surpresa muito desagradável e difícil de arrumar). 
-Ajuda você a estabelecer uma espécie de meta, estabelecendo, por exemplo, quantas páginas você vai escrever por dia? Ou vai escrever um capítulo inteiro por dia? Em quanto tempo vai estar pronto?
-Ajuda você a ver sua história como algo maior, e a se concentrar na mensagem contida dentro dele, no que isso vai passar para as pessoas, e se seu projeto é realmente promissor. Dica NaNo: Se você perceber que sua história não vai vingar, procure outra e rápido. Posts desesperados no Facebook começam a ficar frequentes a partir do 15º dia, desistindo porque já não têm história para escrever. Não ache que tudo vai se resolver quando tudo vai chegar lá. No NaNo, é ir para vencer, ou desistir. 

2 - Caracterize personagens.
Se você quiser personagens reais, precisa se lembrar que eles são reais - Mesmo que não sejam. Mantenha em mente que você está apenas criando uma história, pegando apenas a parte importante dessas pessoas, que em algum lugar - ou tempo - do mundo - ou não -, comem, dormem, choram, riem, estudam e se relacionam do mundo exterior, de uma forma única, e esta forma pode ou não ser como você.
O primeiro passo para aceitar que seu personagem é uma pessoa (Elfo, alienígena, vampiro, bilionário), você precisa ter uma imagem dele na sua cabeça. A cor do cabelo, dos olhos, o aspecto morfológico do seu corpo e tudo o mais, são coisas que vão ajudar você no desenvolvimento do seu personagem. 
Para evitar personagens volúveis, ou ainda pior, uma Mary-Sue (O pesadelo de todo jogador de RPG), existem fichas de personagens. Você pode criar uma você mesmo, ou procurar uma já existente no doutor Google. Dica aos NaNos: O Young Writers Program (Programa para Jovens Escritores) do NaNo, que você pode encontrar na aba, "More from NaNo" disponibiliza um material de quase 100 páginas que já passou por três edições, então está tinindo de novo para ajudar você a escrever seu romance. Esse material contem uma ficha, que vou disponibilizar a todos:

1. Nome:
2. Idade:
3. Altura:
4. Cor dos olhos:
5. Aparência física: 
6. Estranhos ou exclusivos atributos físicos: 
7. Estilo de roupa favorita / roupa: 
8. Onde é que ele ou ela vive? Como é lá? 
9. Definição de gestos / movimentos: 
10. Coisas sobre sua aparência que ele ou ela mais gostaria de mudar: 
11. Falando estilo (rápido, falante, monótona, etc): 
12. Irrita: 
13. Memória mais querida:
14. Hobbies / interesses: 
15. Especiais competências / habilidades:
16. Inseguranças: 
17. Peculiaridades / excentricidades:
18. Temperamento: 
19. Características negativas: 
20. Coisas que lhe perturbam: 
21. Coisas que o (a) envergonham: 
22. Este personagem é altamente opinativo sobre: 
23. Quaisquer fobias?
24. Coisas que fazem ele ou ela feliz: 
25. Família:
26. Mais profundo e escuro segredo: 
27. Razão pela qual ele ou ela manteve este segredo por tanto tempo: 
28. Opiniões de outras pessoas deste personagem? O que eles não gostam sobre este personagem?
29. Bandas favoritas / músicas / tipo de música: 
30. Filmes favoritos: 
31. Programas de TV favoritos: 
32. Livros favoritos: 
33. Comidas favoritas:
34. Esportes favoritos / equipes esportivas: 
35. Opiniões políticas: 
36. Religião / filosofia de vida: 
37. Saúde física: 
38. Férias de sonho: 
39. Descrição de sua casa: 
40. Descrição do seu quarto: 
41. Qualquer animal de estimação? 
42. Melhor coisa que já aconteceu a este personagem:
43. A pior coisa que já aconteceu a este personagem: 
44. Superstições: 
45. Três palavras para descrever esse personagem: 
46. Se uma música tocada toda vez que este personagem entrou no quarto, qual música seria? 

Esta é uma tradução literal das perguntas do material do NaNo. Me ajudou muito e espero que ajude a vocês. 

-Essa é uma dica um pouco idiota, mas eu faço e me ajuda muito a montar meus diálogos. Escreva-os bonitinhos, na norma culta da Língua Portuguesa. Então leia em voz alta, e defina, não se aquilo é algo que você diria, mas se é algo que o seu personagem diria em certas circunstâncias (Vale olhar na ficha, eu deixo).

3 - TEMPO!
Enredo pronto. Personagens prontos. Preparar... Espera! Não dá! Preciso ir trabalhar!
Infelizmente, a realidade de muitos escritores é assim. Escola, faculdade, trabalho, cursos, todos temos tarefas a cumprir que não podem ser deixadas para depois, por mais que desejemos isso. Vou apresentar algumas soluções que eu consegui encontrar por conta própria:

-Se você for um estudante, carregue sempre um caderno com você. Escolha uma aula cujo conteúdo esteja claro na sua mente, ou que você prefira estudar pelo livro ou caderno, tornando a explicação do professor desnecessária, ou apenas um bônus. Escreva durante essa aula, parando de vez em quando para ouvir um pouco da explicação, para que sua mente não vire um grande buraco negro no dia da prova. 

-Fim do expediente! Até que enfim! Cheguei em casa! Ah não! Relatório para amanhã? É melhor eu fazer, e depois eu escrevo. 
Não. Não. Não. Não. Não. Não! NÃO!
A escrita não é uma obrigação, então, por motivos óbvios, você vai sempre colocar ela por último. Pois eu digo, não. Faça da escrita uma obrigação, nem que seja meia página por dia. E nunca pense: Vou escrever por 30 minutos, porque você sempre vai querer aumentar (ou diminuir) esse tempo e isso vai acabar condicionando você à impressão de que é algo dispensável. Bem, não é, então não se prenda a isso. Olhe no relógio e veja: Vou escrever a partir de agora até daqui a meia hora. Faça isso ser parte da sua rotina. 

-Para os NaNos: Não tive tempo, dona Skitter, e agora? O NaNo vai acabar. 
Não, não vai. O NaNo nunca acaba. Todo dia é dia de NaNo. Você não deve pensar que não atingiu a meta do mês. Deve pensar que não atingiu ainda. Deixe que passe dia trinta e continue. Não desista. E se você quiser muito ter sua barra completada e um sinal roxo escrito Winner, esqueça tudo o que você tem para fazer e escreva até ficar com LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Sessões maratonas raramente rendem mais do que 5k, mas se você estiver inspirado, quem sabe?

-Para os NaNos: Acabou o NaNo, finalmente posso largar minha história pela metade e viver!
Viver? Você é um escritor. O NaNoWriMo dentro de você não acaba até que a ultima palavra sobre aquele tema seja espremida para fora como um monstrinho branco saltando para fora de uma espinha. Não importa se você escrever em um mês o bastante para um ano. Você vai escrever no mês que vem o bastante para dois anos, e não me venha com Mas. 

Skitter - A Maluca do Blog (O NaNo é nosso minha gente!)

22 de nov. de 2012

Quando a vida tentar te derrubar... Sorria!

Dói ser real. Não, me deixe reformular. Dói quando descobrimos que os outros são reais. Chega um momento, cedo ou tarde, que alguma força misteriosa lhe concede uma epifania, e você percebe tudo aquilo que não via antes. Todos os defeitos e hipocrisias da pessoa que antes você acreditava ser um ser perfeito. Esse momento quebra você. Abre uma rachadura na sua criança interior, que ainda acredita no "felizes para sempre" e que o bem sempre vence. Mas quem sabe o que é o bem hoje em dia? 
Dizem que a confiança é como um espelho. Uma vez que está quebrado você pode consertar. Mas todos os dias você vai ter que levantar os olhos e ver aquela rachadura ali quebrando seu reflexo em várias partes desconexas, sem poder fazer absolutamente nada. Um conselho? Esqueça. Vai doer? Sim. Mas não menos do que doeu quando você teve sua primeira decepção amorosa. Não menos do que quando viu uma pessoa amada ser levada embora de você. Não menos do que ter que acordar todos os dias e ter que aguentar aquela pessoa que está morta para você, fazendo com que seu luto continue indefinitivamente. É difícil enterrar alguém que ainda está vivo. 
Quer chorar? Chore. Quer rir? Ria. Sinceramente, prefiro que você ria, e mostre àquele que te fez sofrer que você está plenamente bem sem ele(a). Mas a melhor coisa, é não pensar. Não sentir raiva, ou guardar ressentimentos. Supere. Sorria. Levante a cabeça e cante. Vá à loucura, vista uma roupa sem sentido, e vá à um show de algum artista que não conheça. Dance sozinho no seu quarto e beije seu reflexo no espelho. Leia um bom livro que vá te fazer chorar no final, para que você se lembre que finais podem ser tristes. Depois conte uma piada idiota para seu(a) melhor amigo(a), e riam vocês dois como dois idiotas felizes. Ser idiota também faz parte.
E nunca esqueça, não importa quem passe pela sua vida, não importa o impacto que tenham, bom ou ruim, não importa onde te levem, as coisas que te levam a fazer, e as situações em que te colocam. Nada disso tem a menor importância contanto que você saiba quem você é, e esteja feliz com isso.

Skitter - A Maluca do Blog  

4 de nov. de 2012

NaNoWriMo

Você olhou esse título e provavelmente pensou "Pronto! Uma postagem maçante sobre algum anime que essa garota viu!". Errado!
Apesar de ter um nome muito semelhante a de um anime - Com sílabas separadas que não fazem o menor sentido para nós ocidentais - o NaNoWriMo, só tem a ver com desenhos japoneses se você quiser que ele tenha.
O NaNoWriMo significa, em inglês, Nacional Novel Writing Month, o que, na nossa linda língua varonil significa Mês Nacional de Escrita de Romances. E eu não sei o que o Nacional está fazendo lá, porque o programa aceita participantes do mundo todo! Inclusive eu, que não poderia perder meu lugar nessa incrível aventura literária.
Você já pensou em escrever um livro? Um simples pensamento do tipo: "Preciso escrever um livro antes de morrer". Bem, essa é a sua chance. Deixe de preguice e tire aquela máquina de datilografar do armário (Dá uma limpadinha antes, ok?). O NaNoWriMo é uma comunidade de escritores e escritoras do mundo todo que se juntam para tentar escrever 50 000 palavras em um mês. Cada um dá algumas poucas informações de si e do seu romance, e começa a escrever no word ou outro programa de sua preferência. Vai informando o número de palavras que está e no final, valida todas elas para ser declarado um vencedor.
O prêmio? Passar Dezembro revisando seu romance. Não está bom para você? Que tal a satisfação de terminar uma coisa que você começou?
Particularmente, a experiência está sendo incrível para mim até agora. Você é incentivado à escrever. Há competições entre os usuários, todo mundo lá é super do bem, e o site é cheio de dicas e recursos para tornar a sua escrita o mais agradável e fácil possível. Mas não acredite apenas em mim. Acredite:

Na Laura Andrade, minha amiga do teatro que está participando comigo:
Eu estou caminhando, meio atrasada pra falar a verdade, mas pra quem não tinha definido sobre o que ia escrever até dia primeiro 7 da noite está ótimo :D. Isso é muito bacana porque te faz escrever, a ideia não fica lá mofando até bater inspiração denovo. Bom, minha sinopse ficou uma droga e meu título é beeeem provisório mas eu estou contente com a história. 
Beijoos da sua writing buddy! 
Laura

O Aires, codinome Rodrigo Faro, uma ML (Uma espécie de moderadora do programa no Brasil):
"Eu não tinha amigos, não tinha criatividade, não conseguia escrever, mas depois do NaNoWriMo minha vida mudou! Agora eu consigo discutir numa mesa de bar por mais de uma hora sobre bicicletas em cenários pós-apocalípticos. Minha mãe já não me chama mais de traste o dia inteiro, porque agora eu saio de casa para conseguir escrever. Meus amigos imaginários me adoram. Menos o Pitt, do qual eu escrevi a morte no terceiro dia do meu NaNo"

"O Brasil é carente de incentivo à produção literária. É bom encontrar uma comunidade que se uniu em torno de contar histórias." - ARBO, Jade

"Esse está sendo o mês mais divertido do ano! Já matei 6 pessoas, e planejo matar mais 10. E o melhor: desta vez não posso ser preso por isso!" - Vinicius Munhoz e Aires

"Eu era um social outcast, sem vida e sem emprego. NaNoWriMo mudou minha vida, agora minha mãe não pode mais falar que eu sou um vagabundo que fica o dia inteiro em casa sem fazer nada... pelo menos durante o mês de Novembro?" - Sorella

E se você não acredita nessas pessoas incríveis que você vai encontrar no chat brasileiro do NaNo, acredite no ESTADÃO!
http://blogs.estadao.com.br/link/um-livro-em-um-mes/

Se convenceram agora? Então junte-se a nós, escrevendo seu livro até dia 30 de Novembro!
http://nanowrimo.org/en/dashboard

Skitter - A Maluca do Blog

22 de out. de 2012

Bolsas

Algo que me inquieta desde pequena, é capacidade dos seres humanos de usarem bolsas.
É um costume ancestral, desde que o primeiro Homo Sapiens percebeu que ele podia colocar suas coisas na tripa do porco e dar um nó, carregar coisas de forma, digamos assim, "prática", dentro de uma bolsa. Porém, assim como nascia sem o gingado para o samba, e o amor brasileiro pelo futebol, acho que fui deserdada da classe de seres humanos bolssísticos.
Há dois tipos de bolsa que posso usar: A transversal e a mochila. Penduro nos ombros e me esqueço que estão ali, mesmo quando estão pesadas. Para mim não é muito difícil. O ensino médio é uma competição de levantamento de peso com as costas.
Agora, o que eu não consigo entender, é a capacidade de grande parte das pessoas ao meu redor de usarem qualquer outro tipo de bolsas. Um modalidade muito comum na minha série, são as bolsas de um ombro só, tipos de bolsa que eu só escolho em ocasiões extremas, em que eu não tenho que carregá-la por muito tempo. O ombro dói, e você tem que ficar trocando a cada cinco minutos. Você pode até dizer que é mais fácil para ter tudo sempre a mão, mas para achar o que você precisa, geralmente é necessária toda uma ginástica para enfiar o braço bolsa adentro para procurar, o que iguala sua praticidade com a da mochila, com o ônus que você vai detonar ambos os ombros, levando uma quantidade muito menor de peso.
Um grande questionamento meu era: Se dói tanto minhas costas com o peso dos livros, porque seus ombros parecem em tão perfeito estado? Cheguei à resposta recentemente: Essas pessoas não levam todos os livros. O mundo se iluminou para mim. Pude dormir em paz por um dia, para então ficar insone no outro, pensando em como um ser humano pode ir para a aula, levando apenas alguns livros. Qual o critério de avaliação que usam? E como, senhor Deus, não se sentem culpados e/ou relapsos como eu? Serei eu, a última consciente?!
Deixando de lado este assunto, que ilustrou algumas páginas do meu diários, volvemos ao nosso assunto principal, em um outro tópico: Bolsas de mão e de alças curtas. Em poucas palavras? Me esqueceria delas.
Prefiro ir de celular e dinheiro na mão ao invés de usar uma bolsa de mão. Odeio carregar alguma coisa que não seja um livro. Me irrita, e me dá a sensação que alguém vai roubar de mim a qualquer momento (provavelmente algum reflexo dos jogos de basquete da escola). Alças curtas, muito populares entre criancinhas que compram sandálias que vem com estas bolsas de plástico. Ficar segurando uma dessas por muito tempo produziria o mesmo efeito da bolsa de mão. Prefiro carregar minhas coisas na mão, onde sei que ficarão seguras.
Agora, seguindo por um ponto completamente diferente, já desbravado, mas não o bastante, por escritores antes de mim: Como uma bolsa de mulher por caber tanta coisa? Este é um dos mistérios que, apesar de funcionarem comigo, não tem nenhuma explicação lógica para tão fenômeno. Para os homens que querem saber, deixo aqui uma lista do que pode conter na bolsa de uma mulher:

  • Dois sapatos extras: Um salto mais baixo do que o que ela está usando, para o caso do salto quebrar; E um chinelinho, para o caso de seu pé começar a doer.
  • Comida (Barrinhas de careal, balinhas, chiclete, M&M's, bolachinhas, um pacote de traquinas, um sanduíche de linguiça com alface, um X-Mignon, três cachorros quentes, um carrinho de churros, uma carroça de pipoca, uma franquia do McDonalds e três filiais da Pamonhas do Zé. Resumindo, se ela disse que não tem comida na bolsa, ela está mentindo.)
  • Carteira com todos os documentos necessários, recibos de todas as contas pagas nos ultimos dois anos, RG, CPF, Carteirinha de Estudando do tempo do Opa, IPVA, talão de cheque, passaporte, identidade falsa, foto dos filhos, do namorado, do marido, do amante, fotos riscadas dos ex-namorados, cartões de crédito de todos os bancos e lojas possíveis e imagináveis, selos para carta, meia dúzia de envelopes, um tabelião de plantão, três carteiros.
  • Carimbos, cartões de visita, tickets de estacionamentos antigos, um livro para passar o tempo, uma bíblia, um terço, marcadores de página, a agenda lotada, três grampos de cabelo, alguns elásticos, uma escova, a agenda de telefones, o celular, um dicionário Aurélio, daqueles grandões de 1999. A ultima edição do Censo, a Constituição Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, um telefone fixo antigo para mandar para arrumar, um porrete, três tijolos, uma lata de pimenta em spray, uma pistola, munição, uma semi-automática, uma bala de canhão perdida, um avião, um porta aviões para carregar, um navio cruzeiro, e um elefante. 
Ah, esqueci de mencionar que é o capitão Caverna que guarda tudo isso. Fez mais sentido? É claro que não. Nada do que eu digo faz sentido. E é por isso, que invoco Luís Fernando Veríssimo ao meu texto ao perguntar, mas o que essas bolsas tem à ver com o meu café com leite? Simples.
Tem cafeteira em algumas bolsas.

Skitter - A Maluca do Blog

20 de set. de 2012

O amor. Ah, o amor!

Olá seres humanos a base de carbono, cujas minhas ondas cerebrais indicam que eu amo! Tudo de boa? Estou de volta e tem texto novo! Vou apresentar a vocês o que começou como o que em inglês é conhecido como "Mini-Sagas", e que em português deve ser mais ou menos a mesma coisa. Elas são conhecidas pelos mais jovens como diálogos de Twitter. São histórias que devem ter exatamente 50 palavras. A ideia disso veio do escritor de ficção Brian Aldiss. Porém eu tenho um probleminha com limite de palavras, então ficou maior do que o esperado. Agora, sem mais delongas, apresento a vocês:

Amor de aluguel 

-Tchau Fernando! Foi muito bom conhecer você!
-É mesmo! Finalmente conhecemos o famoso Fernando que a Daiana fala tanto!
As amigas levantaram, depois de pagar sua parte da conta e saíram. Só Fernando e Daiana ficaram na mesa. Ela virou-se para ele.
-Isso precisa acabar.
Ele olhou para ela, não parecendo nem um pouco incomodado.
-A decisão é sua.
-Eu vou sentir sua falta, meu ursinho...
-Eu também, minha ursinha...
Disse, com aquela voz melosa.
-Eu amo você.
-Eu amo mais...
Ela olhou na direção da porta. As amigas já entravam no táxi que tinham pedido.
-Elas já foram, quanto eu te devo?
-Foram umas duas horas? 50.
-Posso pagar em dinheiro?
-A vontade. Ah, e o vale-transporte não está incluído tá?
Ela revirou os olhos.
-Tá um pouquinho caro não acha?
Falou dando 70 reais para o homem que contou e guardou o dinheiro no bolso. Ele deu de ombros.
-Um homem tem suas necessidades.
-Ótimo. Fique com suas necessidades. Eu já te disse o quanto eu te odeio?
-Eu te odeio mais...
Disse, com a voz melosa, sabendo que a irritaria.
-Ok, você está livre no 7 de setembro?
-Claro, que horas preciso estar lá?

31 de ago. de 2012

Faculdade #2

Há exatamente 2 anos atrás, eu postei um texto com este exato título. Não que vocês se lembrem é claro. Naquele tempo eu era uma escritora completamente diferente do que eu sou hoje. E se hoje eu ainda não sou lá essas coisas... Imagine... Kkkk.
Enfim, a questão é que hoje eu estava na mesma situação que dois anos atrás, na feira de cursos da faculdade em que minha mãe leciona, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A feira se chama Planeta Puc, e é o máximo. Além das informações sobre os cursos, há diversas apresentações de ginástica, baterias, música e dança.
E hoje, extraordinariamente, eu tive uma EXCELENTE ideia para alegrar todos vocês meus amados leitores. E se eu passasse por aí perguntando as razões para se fazer uma faculdade? Para ajudar os indecisos e tudo o mais? Por um tempo, tudo deu certo. A grande maioria das pessoas - principalmente os professores - se mostraram bem receptivos em dar suas respostas, apesar de grande parte deles ficar um pouco tímido quando essa maluca enfiava um celular na cara deles para gravar a voz acima da música.
Eu deveria postar aqui os cursos que mais me convenceram, porém, eu não consegui terminar a minha hiperduperpesquisa, porque já era tempo de ir embora e eu nem tinha começado as biológicas e terminado as sociais. Conclusão, minha ideia foi-se pelo ralo. (Tchau ideia!)
Mas, resolvi aproveitar o que quase foi para contar a vocês um pouco dessa experiência e tudo o mais. E eu prometo, que se eu for na feira no ano que vem, eu vou começar mais cedo e vou terminar e trazer tudo para vocês!
Agora, para os vestibulandos que estão confusos, o trecho de uma música, já que minha pesquisa se mostrou infrutífera:


"Essa é a história
De uma universitária otária
Que não sabia se fazia
Oceanografia ou veterinária.
Arquitetura aquela altura era loucura
Mas em compensação comunicação era uma opção.
Ela se dava bem, ela se dava bem
Ela se dava em redação.
Era boa em línguas mas não sabia beijar.
Aí um dia, um cara apreceu e disse:
-Eu sou o Abreu, muito prazer,
eu me lembro de você dos tempos do IBEU.
Aí ela disse:
-Ai, Abreu, eu não sei o que eu vou ser.
Eis a questão. Ser ou não ser.
O que será que serei. O que será que vou ser.
Aí lá pelas tantas, O Abreu já tonto respondeu:
-Você está meio confusa mas fica mais bonita assim sem blusa.
Eu não queria falar mas agora vou dizer,
Todo mundo quer ir pro céu
mas ninguém quer morrer
E por sorte ou por azar
Eles não passaram no vestibular.
Moram juntos até hoje mas resolveram
Não casar pra não complicar."
O Romance de uma Universitária Otária - Blitz (OBS.: Isso NÃO é uma indireta)

 Por enquanto é isso pessoal, em breve mais contos. Beijo grande!
Skitter - A Maluca do Blog 

23 de ago. de 2012

Pedalinho


-Você é muito lerdo. Quer fazer o favor de ajudar?
-Eu sou lerdo? Você que é a gora que está atrasando a gente. Aliás, porque é que você está na direção?
-Porque você não tem coordenação e nem inteligência para isso. É só mão de obra barata.
Ela disse, rindo. E lá estavam os dois, no pedalinho, no meio do lado, longe dos olhares maldosos e/ou julgadores, a não ser, é claro, por um ou dois patos, com inveja da envergadura do seu cisne gigante. O único lugar onde amigos podiam ser amigos sem serem incomodados. 
-Mulher no volante... Não sei não...
-Pedala aí e fica quieto seu ogro machista.
Ele parou de pedalar e cruzou os braços.
-O que foi?
-Estou de greve.
Ditou, fingindo irritação.
-Você não pode fazer greve! Estamos no meio do lago! Preciso de você.
-Agora precisa da mão-de-obra barata?
-Pedala logo.
Ela disse, socando seu braço e rindo.
-Agressão! - Ele gritou, segurando seu pulso. Seu grito ecoou pelo lago, assustando alguns patos que nadavam tranquilos. Ela riu e corou, morrendo de vergonha, apesar de ninguém por perto poder ouvi-los. - Opressão! Violação dos direitos humanos! Exijo melhores condições de trabalho!
-Fica quieto!
Ela disse, empurrando-o. A portinha do barco se abriu, ele gritou, e quando ela viu, a água já o tinha engolido.
-Fred! Não pode nadar aqui! - Ela avisou, gargalhando com a coincidência. Por baixo d'água, ele contornou o barco para o lado dela. - Fred? - Chamou, quando viu que ele não vinha a tona - Não tem graça, Fred!
De repente, ele pulou para fora, tentando alcançá-la coma  mão cheia de lodo do fundo do lago. Ela gritou, com nojo, pulando para a frente do banco em forma de cisne, agarrando-se ao pescoço do bicho de compensado.
-Cora! Desce daí! Eu estava brincando!
Ele disse, preocupado.
-Não! Você vai me molhar...
-Não vou Cora. Cuidado, você vai...
Tarde demais. O barco, não projetado para sustentar tanto peso em uma extremidade, virou, levando Cora para baixo com ele.
-Cora!
Fred gritou, lançando-se ao resgate. Do outro lado do barco, Cora emergiu, tossindo e cuspindo água barrenta. Fred surgiu ao lado dela.
-Ei, você está bem?
-Claro que não! - Ela disse irritada - Acho que eu bati a cabeça...
Gemeu.
-Vem, me ajuda a virar o barco e eu te levo para casa.
-Me leva para o hospital...
Pediu. 
-Deixa de frescura.
Fred disse, empurrando o cisne até que ele voltasse à posição vertical. Ele ajudou Cora a subir e nadou até o outro lado para subir na direção. 
-Achei que eu estava dirigindo...
Ela reclamou.
-Você não tinha batido a cabeça e queria ir para o hospital?
-Bati. Mas ainda sou mais coordenada que você. - Ele sorriu e ela sorriu com ele, de leve, com dor - Quer que eu pedale?
-Não precisa.
Sua voz tinha mudado completamente. Parecia mais... Macia. Eles ficaram em silêncio por um tempo.
-Está doendo?
-É claro que está!
Ela disse, furiosa dele tê-la feito virar o barco, bater a cabeça e ficar encharcada. 
-Foi sem querer está bem? Eu não sabia que você ia ser idiota o bastante para virar o barco!
-Eu fui a idiota? Se você tivesse pedalado, NADA disso teria acontecido.
-E como eu ia saber que você ia me empurrar para fora?
-E como eu ia saber que a porta ia abrir?
Bravos, tentando culpar um ao outro por algo que claramente fora uma armação do destino, eles ficaram quietos. Enquanto os pensamentos de Cora corriam em círculos irritados e doloridos, os de Fred voavam realmente longe.
-Cora... A gente é amigo desde pequeno né?
Ela assentiu.
-Desde que você atirou aquela bola estúpida no meu rosto e quebrou meus óculos.
Ele riu.
-Você ficava horrível com eles.
Ela riu com ele.
-Tenho que concordar.
Eles ficaram quietos novamente. Com apenas Fred pedalando, eles mal saiam do lugar.
-Você... Você acha que essa pancada na cabeça pode te causar uma amnésia?
Ela riu.
-Não sei... Daonde tirou isso?
-É que... Eu não tenho certeza se quero que você esqueça isso.
Disse, inclinando-se para ela. 

21 de ago. de 2012

O Pombo

-Será que a gente mexe nele?
-Não Ju, deixa ele lá. Está morto.
A Ju se remexeu no banco ao meu lado, inquieta. Nós estávamos esperando o ônibus que nos levava da escola para casa. E isso geralmente ocorria sem incidentes. Nós duas colocávamos os fones e só tirávamos para nos despedir, já que a minha casa era um ponto antes do dela. Porém naquele dia, justo quando eu tinha baixado a música mais legal de todo o universo para o meu celular e queria escutá-la até meus ouvidos sangrarem, ele precisava aparecer.
-Mas... Mas e se alguém passar em cima ele.
-É um pombo. Morto. No meio da rua. As pessoas não são cegas, Ju.
-Ah, vai Bia... Tadinho. Olha o coitadinho ali. Imagina se um dia te atropelassem e duas meninas ficassem te olhando ao invés de te tirarem da rua antes que esmagassem todo o seu corpitcho?
-Elas iam chamar a polícia. Se elas mexessem, seria interferir na investigação.
Ela revirou os olhos e cruzou os braços, ainda irritada, se recostando no banco do ponto. Alegremente coloquei meu fone, pronta para apertar o play. Mas minha intuição estava certa ao dizer que aquele assunto ainda não acabara.
Como que dotado que um imenso poder vampírico de audição, o cara fez. O cara realmente fez. E quando a Ju viu o que ele ia fazer, agarrou na minha mão com a unha e gemeu de um jeito bem indigno. Sim, o cara passou em cima do pombo. Bem no meio. Foi um barulho bem estranho. Eu imaginei algo meio série de zumbi, mas foi mais um ploc. E agora, no meio da rua, tinha um poça de sangue. Naquele dia, a Ju ficou mal. Tipo mal mesmo. Catatônica. Eu não sei o que deu nela, mas a morte do bichinho realmente mexeu com ela, justo naquele dia que ela estava super feliz mais cedo.
A adolescência as vezes é assim. Uma coisinha tira a gente do eixo...

Skitter - A Maluca do Blog (Só uma coisinha que eu achei que valia a pena comentar... Sei lá. Logo outra história de amor. Prometo).

14 de ago. de 2012

O fiozinho

Eu preciso... Eu preciso... Me controlar. É isso que eu preciso. Ah, mas ele está com a namorada, não vai nem notar... Vou puxar bem rapidinho. Um, dois três... Ai, não fui! Minhas mãos começam a tremer de agonia, mas ainda assim não consigo me aproximar.
-Bia, será que dá para se aquietar? A gente já vai chegar.
E lá estávamos nós, na fila do ingresso para a Bienal. Eu até avisei para a Ju que ela tinha que comprar On-Line, mas ela não escutou, e me arrastou para aquela tortura de fila. Eu puxei ela de lado e sussurrei:
-Oh Ju, não é isso. O cara está com um fiozinho solto na camisa.
Ela deu de ombros.
-E aí?
-E aí? E aí que eu preciso tirar!
-Tirar? É só o que me faltava Fabiana! O moço tá acompanhado! E se ela acha que você está tentando ver a cueca dele?
-Não quero ver cueca nenhuma, Juliana! - Deixei claro - Eu só quero tirar o fiozinho. Se você pensar bem, vou estar fazendo um favor para ele...
-Deixa o fiozinho lá, Bia. Se você arrumar confusão, a gente vai acabar voltando para o fim da fila e eu nunca mais saio com você, viu?!
Revirei os olhos. Quanto drama... Só porque eu tinha compulsão de puxar fiozinho. E daí? Ficamos sem nos falar por um minuto e eu REALMENTE tentei não ficar olhando. Mas o tempo todo meu olhar parecia ser atraído para ele. Quando o vento batia nele, fazendo-o balançar, eu quase podia ouvi-lo dizer: "Me puxe... Me puxe... Duvido que você tenha coragem...". Puxei a Ju pela gola da camiseta, meio desesperada.
-Ju, eu preciso puxar.
-De novo com essa história, Bia?
-Você não está entendendo. Eu preciso. É uma necessidade.
-Se você não puxar? Vai acontecer algum tipo de apocalipse zumbi?
-Mas e se a mãe dele tiver dado essa camisa para ele?
-E daí?
-Daí que se esse fio enroscar em algum lugar, vai descosturar a camisa todinha! E a mãezinha dele, tadinha, vai ficar chateadíssima! Não seria bem melhor se eu desse um puxão bem rápido e acabasse logo com isso?
Ju me lançou um olhar irritado.
-Se você puxar isso aí, eu vou morder você.
Com medo dos dentes da minha melhor amiga me contive, sem nunca tirar os olhos do meu mais recente arquiinimigo, ainda balançando ali, como uma stripper de boate de fios soltos, para fios de lã solitários encontrarem o que fazer. Finalmente foi a vez do tal casal e na nossa vez eles já tinham sumido. Suspirei, aliviada que não tivesse mais aquela coisa me cutucando a mente.
Ali perto um grupo de meninos acenou para a Ju. Eram os amigos do irmão dela, que tinham pedido para que comprássemos os ingressos. A Ju entregou os ingressos para eles e me apresentou. Teve um garoto bonitinho que me deu a maior secada. Em oito, rumamos à entrada da feira. Porém, algo me surpreendeu. Na barra da camisa xadrez do garoto bonito, um fiozinho solto provocou a minha sanidade.

Skitter - A Maluca do Blog (True Story...)

10 de ago. de 2012

Dicas da Mamãe Skitter para Futuros Escritores - Seção Número 03


Seção 3 - Subseção I - Títulos
Eu admito, eu julgo sim livros pela capa, mas principalmente pelo título. Você pode escrever o melhor livro do mundo, esculachar Shakespeare e Tolstoi, mas se você tiver um título ruim, eu duvido que seu livro consiga uma segunda edição. Então, para que não haja desvalorização, então aqui vão algumas dicas/sugestões/regras sobre como fazer títulos bons, mesmo que a sua história não seja tão boa.
1 - Um livro é composto de várias partes. Sinopse, o opcional Prólogo ou Prefácio, Introdução, Conflito, Clímax, Desfecho, entre outras coisas que aprendemos na aula de Língua Portuguesa ou português, ou como eu chamo LP. Mas na hora que comprar um livro, ou ler um livro na internet, o primeiro recurso que o seu leitor vai ter acesso, é ao título invariavelmente ou você lê a sinopse antes do título?Faltou criatividade? Deixa a história rolar... Você não precisa postar ou imprimir ela imediatamente não é? Quando você tiver tudo pronto na cabeça, ou no computador, você volta para o começo e pensa em um título.
Eu tenho o péssimo costume de colocar nomes provisórios e acabar deixando aqueles mesmo. Se você estiver com problemas, mesmo com a história pronta faça o seguinte:
Passo I:  Segure sua cabeça bem forte com as duas mãos, uma de cada lado, e olhe fixamente para a janela aberta do seu livro ou para o seu caderno se você como eu, escreve à moda antiga.
Passo II:  Pergunte a si mesmo: -Porque eu escrevi essa droga? Do que isso fala? Logo o título virá. Lembre-se, títulos podem ser qualquer coisa relacionada à história: O nome do seu personagem principal, o lugar que ele descobre, o nome de família dele, o nome do gato da tia avó da amiga de um colega de um primo de segundo grau de um filho adotado da sobrinha perdida dele (contando que ele seja mencionado no livro. Afinal ninguém entenderá um livro chamado Gota de Sangue, falando sobre os hábitos de reprodução das borboletas), a dança que ele gosta de fazer, o nome da espada dele *brisingr!!!* Depende muito do que sua história fala.
2 - Ok, vamos ver, que livro você leria? "O Tango" ou "A incrível e inimaginável aventura policial de um advogado que gostava de dançar tango nas horas vagas?". Eu acho que você preferiria "O Tango", mas tudo bem se você quiser repetir "A incrível e inimaginável aventura policial de um advogado que gostava de dançar tango nas horas vagas" toda vez que alguém te perguntar sobre um livro interessante.Então a primeira dica: Não exagere! Seu título não precisa ser grande e contar toda a sua história. Nomes únicos já venderam milhões! Se o seu título não for expressivo o bastante existe uma ferramenta que os escritores vêem explorando há algum tempo que é muito útil. O Subtítulo. Aquela pequena frase que vai embaixo do seu título, pode dar um novo sentido ao seu título.
3-Uma das muitas coisas que eu aprendi com um blog que eu admiro muuuuuuuuito que é o CDB (Caindo De Boca - Nos livros óbvio, porque somos divas afinal de contas), é que se o seu título não está bom em português ele dificilmente ele vai ficar bom em inglês ou outras línguas. Se a sua história se passa no Pará, você não vai colocar o título "My heart have just exploded into raibows!"; Vai ficar incoerente, certo?

Seção 3 - Subseção II - Sinopses
1 - Peloamordedeusquemoranocéuequeamaatodosnós! Se há uma sinopse mais clichê do que a que eu vou mostrar eu não sei.
"Ela... Dona de grandes fazendas de gado
Ele... Um mero empregado
Ela..."
Argh! Eu não aguento nem terminar de escrever isso! Comparar dois mundos diferentes está mais batido do que... batida de carro, sei lá. Estou sem criatividade...
2- Não importa se você não é bom em sinopses. Colocar que não é bom em sinopses não vai fazer o leitor ler por dó de você. Ele vai passar adiante, afinal, se você não consegue resumir a sua própria história, como vai criar uma boa trama? Ah, outra coisa, NOME DE PERSONAGEM NÃO É SINOPSE! Pense bem, se ninguém sabe sobre o que fala a sua história, porque em nome de tudo o que é mais sagrado, eles iriam querer saber o nome dos seus personagens. Não é como se eles fossem se apaixonar por um nome e ler só para descobrir quem é. As coisas não funcionam assim, Sweetie.

Em breve mais postagens! (Para mais dicas, clique no marcador Dicas da Mamãe Skitter na guia Marcadores à direita)

Skitter - A Maluca do blog

2 de jun. de 2012

Antologia 2012 - Ano do fim

Se você mora na região Sul, você provavelmente conhece as livrarias Curitiba (Ou Catarinense). E se você conhece essa cadeia de livrarias, que lidera o ramo de venda de livros na nossa região, provavelmente conhece  a revista Ler & Companhia, distribuída gratuitamente. E se você já leu essa revista, provavelmente já viu o concurso de contos que é realizado, e já está em sua quarta edição. Agora, se você é um escritor menor de idade e/ou já teve curiosidade de ler o regulamento para participar, você sabe que esse concurso é apenas para maiores de 18 anos. O que na minha opinião é uma p*** falta de sacanagem. 
Depois de muito choramingar e chorar, pensando como eu sou uma escritora fracassada, eu decidi levantar a cabeça, grudar meu bumbum na maldita cadeira e encontrar um concurso que aceitasse a minha genialidade, tendo a idade que tivesse. E foi aí que eu encontrei o concurso 2012- Ano do Fim, em que a editora  e estúdio Tecnofantasy escolheram dos 105 inscritoras, 8 contos para participar da antologia de mesmo nome do concurso. E adivinha que nome de maluca estava lá? O MEU! . Agora, a sua maluca favorita poderá ir para você em qualquer lugar. EM FORMA DE LIVRO!
Isso prova que você pode conseguir tudo o que sonha, é só tentar. Uou, isso foi clichê.
Fiquem com os beijos da mais nova autora publicada. Logo posto mais informações sobre o livro!


Bellatriz Fernandes - Dona dos Pesudônimos

23 de mai. de 2012

Meme: Conheça o Blogueiro


Bem, esse meme eu não ganhei, eu "roubei" por assim dizer. A Diário de Uma Leitora Compulsiva deixou o convite em aberto para quem quisesse fazer, e porque não? Vocês já se perguntaram alguma coisa sobre mim? Bem, aqui vão as respostas:

1 - Quando surgiu a ideia de criar seu blog?
Na verdade não foi algo espontâneo tipo "Uau, vou fazer um blog para os meus textos!". Não foi nada disso. Mas desde pequena eu coloquei na minha cabeça que eu queria ter um blog. As primeiras tentativas não deram nada certo (vou comentar em outra pergunta), e eu abandonei o blogger por alguns anos. Porém, eu comecei a escrever meu primeiro livro e em algum momento eu decidi que seria escritora. Simplesmente acordei pensando nisso. E aí eu lembrei da minha conta do Blogger inutilizada e criei o blog mais simples do mundo, postei o post mais esdrúxulo esperando que o mundo inteiro lesse e fiquei decepcionada com minhas duas visualizações no dia seguinte.
2 - Origem do nome do blog:
Bem, na verdade isso é um pouco óbvio. Eu acho que esse sempre foi o meu título, desde o início. Minha mãe insiste para que eu mude o nome do blog para Sou Escritora. Mas fala sério... Vocês gostam assim, não é?
3 - Você teve/tem outros blogs além deste?
Sinceramente a minha história com blogs é longa e o Serei Escritora, com sua média de 10 visualizações diárias é o ponto alto dela. O primeiro de todos os blogs se chamava Carne é Crime, e eu criei com a minha melhor amiga quando estava tentando ser vegetariana. O problema de criar um blog quando se tem 7 anos, é que você não lembra a sua URL e nem a sua senha. Até hoje eu não sei o que foi feito do Carne é Crime. Mas enfim... Depois teve o Eu So Loka, um ancestral paleolítico do Serei Escritora. Era, inicialmente, para dar vazão à toda a loucura que eu guardava dentro de mim (e todo o internetês que eu tinha acabado de aprender, com meus 8 anos de idade). Novamente, a senha se perdeu. Mas o Eu So Loka permaneceu até eu deletá-lo algum tempo atrás. Depois, veio o conhecido Serei Escritora, que todos ai amam #yaaaaay (ou não). Junto com ele, criei o Fanfics da Bella, que existe até hoje por razões sentimentais, mas que está inutilizado. Se quiserem ler minhas fanfics, procurem pela Bellah102 no Nyah!Fanfiction. Enfim, depois eu criei o Abra A Kadabra, onde eu me transformaria de uma maluca para uma aprendiz de feiticeira chamada Kadabra. Mas depois de dois posts, percebi que não levei jeito para a coisa e o exclui. Atualmente, dedico toda a minha atenção limitada ao Serei Escritora.
4 - Já pensou em desistir alguma vez do seu blog?
Meu querido, estou sempre pensando nisso. Quando me dá uma temporada de seca, e eu preciso de um comentário amigo para me ajudar a continuar e não vem nenhum. Checo, checo, checo, checo e nada. Minha conclusão é que ninguém lê. Porém, como eu sei que a internet é um importante meio de comunicação eu continuo, porque eu amo esse blog e todos os meu leitores -apesar de eles serem comentadores avaros.
5 - Mande uma mensagem para seus seguidores:
Ei, você ai! É você mesmo. Eu amo você. Amo mesmo. Acha que se eu não amasse, eu diria? Eu amo vocês todos. Muito obrigada aos seguidores, aos leitores fantasmas, aos pedófilos que querem meu corpo nu, obrigado a todos, porque cada risquinho nas estatísticas conta para mim. Saber que as pessoas estão lendo o que eu escrevo, isso é extremamente gratificante. Eu não tenho um super design e nem editoras que me patrocinam só porque eu resenho seus livros. Tudo o que eu tenho a oferecer são os meus textos simples e curtos, mas que escrevo com todo o amor do meu coração especialmente para vocês. E mesmo que eu reclame dos comentários, no fim do dia não importa. Porque eu cumpri a minha missão de deixar a minha marca, por mais pequena que seja a audiência.
Sobre a blogueira: Meu nome verdadeiro é Isabella Beatriz, mais conhecida como Bellatriz (E para a tristeza do fãs da Razz, ela não existe OK?).


1 - Uma música: Uma só? Poderia citar centenas delas. Mas uma só? Vejamos... Fireflies, do Own City.
http://letras.terra.com.br/owl-city/1511274/traducao.html

2 - Um livro: Putz..., para livro eu sou ainda pior do que para música. Mas acho que o número um de toda a minha estante é A Hospedeira da Stephenie Meyer.


3 - Um filme:  Nemo. Eternamente.


4 - Um hobby: Ler, é claro. Nenhum escritor é realmente bom sem ler, a menos que tenha um dom singular tipo MUITO singular. E eu adoro. Eu sei que dizer que viaja é clichê, mas é exatamente assim que eu me sinto. Além disso, cantar e tocar. Toco violão e teclado, um pouco de piano. Tentei aprender gaita pela internet, mas não fui muito persistente. 


5 - Um medo: Escuro. Parece infantil não é? Mas tem algo no escuro que me deixa inquieta... Pode ser coisa de escritora, mas eu sempre acho que tem algo no escuro. 

6 - Uma mania: Cantar no banho. Conduzo meus vizinhos e parentes à loucura, mas nunca paro. Hora do banho é hora de show. 


7 - Um sonho:  Ter minhas própria editora especializada em escritores com menos de 21 anos e ser seletora de originais. Ser paga para ler?! Uh-la-la!


8 - Não consigo viver sem: Minha mãe, minha York Sunny, meu ursinho, Sr. Perro, que dorme comigo, livros e cadernos. 


9 - Tem coleção de alguma coisa? Coleciono, além de informação inútil no meu cérebro, filhotes de cerâmica, ou de plástico. Sabe aqueles cães que seguram plaquinhas de bem-vindo? Ou que vêem junto com as barbies ou pollies? Tenho mais de 150 desses (o que me rendeu uma medalha quando eu era escoteira). Além disso, coleciono as revistinhas da Turma da Mônica Jovem, não perco uma edição (Falando nisso, alguém tem a edição colorida da Turma do Cebola Jovem? Eu preciso!).


10 - Gostaria de fazer alguma pergunta para os próximos participantes? (No caso do leitor, responda no comentário):
Qual a cor da sua escova de dentes? (Tenho uma fixação com isso)


11- Do que você mais gosta no seu blog? De ser eu mesma. De poder postar o que eu sinto, seja indignação ou felicidade, crítica ou sugestão. De poder dar um pedacinho de mim à quem estiver disposto a aceitar.



12- Se você fosse um personagem de um livro, qual seria e por quê? (Pergunta da Ju, do Diário de Uma Leitora Compulsiva / Link lá em cima)
Eu acho que eu seria a Renesmee de Crepúsculo. Porque ela é muito sortuda. A família dela é foda, ela tem um namorado lobisomem e não precisa ir a escola. Há, detalhe, ela BRILHA na luz do sol. Tem alguma coisa mais irada que isso?

Então foi isso galera, espero que tenham gostado de me conhecer um pouquinho. Assim como a Ju, deixo o meme aberto para quem quiser fazer! Divirtam-se e se fizerem, deixem o link nos comentários para eu conhecer mais vocês. Beijão! 

Bella - Dona dos Pseudônimos


16 de mai. de 2012

#VamosTerGarra

Estou aqui para expressar a minha indignação. Sobre o que? Bem, só digamos que não sou a primeira e muito menos a unica, mas eu simplesmente não pude ficar calar. Perdão se eu ultrapassar o limite, mas essa é minha sincera opinião. O que nós somos? Como brasileiros e pessoas, seres humanos, para o olhar do mundo?
Somos negros e índios, com traseiros de escalas quilométricas, com macacos e papagaios empoleirados nos ombros, que sambam a toda a hora e jogam futebol com tudo o que encontram jogado na rua. Ponto. Sim. É o que pensam de nós. Bunda. Samba. Macacos. Diferença Étnica. E futebol.
Bem, quanto aos traseiros femininos brasileiros, não há muito o que se fazer. Acho que os homens precisam da fantasia de algum país tropical onde mulheres andam de biquínis minusculos para todo o lado, exibindo tudo o que tem. Quanto ao samba, eu também entendo. Nosso ritmo é marcante, gostoso, contagiante. Não me admira que os estrangeiros gostem tanto. Tenho orgulho - pelo menos dessa parcela - da música brasileira. Quanto aos macacos e à diferença étnica, não sei muito bem o que pensar. Provavelmente é algo que eles captaram ao passar os olhos sobre uma página da Wikipedia antes de plagiá-la (Afinal, que estudante já não fez isso?).
Finalmente chegamos aonde eu queria chegar desde a primeira linha. O futebol. É aí, que meia duzia de pé-de-alface (Como diz a vlogueira Bárbara Miyaji), começam a reclamar enquanto leem o texto, sentados atrás de uma luminosa tela de computador, comendo um imenso pedaço de bolo colorido. "Mas eu não gosto de futebol". Não importa. Isso ainda é para você. Eu sempre gostei de futebol, mas nunca tive vontade, nem interesse de entender o jogo completamente, principalmente porque eu odeio cada um dos 20 e poucos homens em campo por ganharem tanto para malhar e jogar um jogo que homens jogam de graça nas canchas publicas, enquanto pessoas morrem em hospitais caindo aos pedaços, esquecidos, não por Deus, mas pelo governo. Enfim, gosto, mas não gosto.
Esses dias, tivemos um jogo importante aqui no Paraná, com nossos times principais, disputando alguma coisa, que até hoje não descobri o que era. Desde pequena, fui levada aos jogos de futebol pelo meu pai (que não aceita assistir jogo sem seu fiel radinho a pilha, hábito que ele adquiriu com meu avô, que usa um trambolho singelas 15 vezes maior), e doutrinada a torcer. Fui ensinada sobre o que deveria cantar - e sobre só cantar aquilo no estádio. É divertido. É empolgado. É se sentir vivo. Resumindo, ir torcer no estádio é o máximo. Porém ver o jogo pela televisão, com a desculpa dos aficcionados, é uma droga. Eu me entedio tão rápido quanto na aula de biologia. Nesse jogo, apenas passei os olhos pelo placar enquanto batiam os pênaltis finais, que é possívelmente a parte do jogo que eu menos entendo - E com o nome mais engraçado.
Enfim, na escola, no dia seguinte, fiquei espantada ao descobrir que a maioria dos meus colegas, às vesperas de uma dificílima prova de física, não penas haviam assistido o jogo, como chorado e se emocionado com o resultado. Fiquei espantada com a força que esse esporte tem sobre nós. E foi na hora que me voltou a cabeça, a revolta sem sentido que eu tinha sentido ao ver a nova propaganda do Itau, que lança a proposta #VamosJogarBola. Ali, eu entendi porque tinha ficado tão brava.
VAMOS JOGAR BOLA! Diz o anúncio. Vamos fingir que estamos doentes, matar o trabalho e ir jogar bola! Afinal, esse é o jeitinho brasileiro, certo? Somos preguiçosos e só o que fazemos da vida é jogar futebol e comer arroz e feijão não é? Não! Além de eu também comer hamburguer de vez em quando, somos mais do que isso. Ser brasileiro é muito mais do que isso, muito mais do que o Itau, um banco supostamente feito para você, brasileiro, pensa de nós. E mesmo que eles patrocinem e aleguem que a "festa do futebol" será na nossa casa, jogar bola não vai resolver nossos problemas sociais, o atraso das obras para a copa e nem a fome do nosso povo, de um dia para o outro. É preciso esforço. Força de vontade. Trabalho. Educação. Porque afinal, não é preciso ser brasileiro para jogar bola.
O que realmente nos diferencia de tudo e de todos por ai, é a nossa garra. De torcer, de procurar resultados, se emocionar com replays. É por isso que há tantos torcedores. Porque direcionam sua garra para as telas. É por isso que formamos atletas lendários. Porque eles direcionam a sua garra para vencer e deixar o país orgulhoso. E é disso o que precisamos para mudar nosso país. Direcionar, mesmo que seja um pouquinho dessa força para o problema real. Aí sim, poderemos jogar bola. É por isso, que lanço aqui nesta postagem, uma contra proposta contra a do Itaú.
A curto prazo, #VamosTerGarra Brasil! Vamos trabalhar! E depois, a longo prazo, #VamosJogarBola para relaxar, afinal ninguém é de ferro. Mas então, não haverá nada no nosso caminho. E poderemos jogar até cansar.
E então brasileiros? #Vamos ter Garra?


9 de mai. de 2012

Agora, se beijem!

Conhece esse meme? Provavelmente sim. Bem, ele foi a inspiração para o texto de hoje. Espero que gostem. Com certeza, todo mundo tem, já teve, ou vai ter um colega implicante como esse:

                -Ai eu disse, não acredito! E ela disse como assim? Ai eu disse, é isso ai! E ela ainda teve a cara de pau de olhar na minha cara e dizer...
                Fui interrompida por uma pancada no ombro. A minha frente, William continuou correndo, agora de costas para receber a bola de futebol americano que o amigo lançou para ele detrás de nós.
                -Seu grosso! Por acaso é cego?
                Perguntei interrompendo minha história sobre a vadia da Barbra se achando melhor do que eu só porque papai tem graninha. Cat não disse nada, só cruzou os braços e calou-se. Minha amiga não gostava muito de confrontos. Eu também não, mas quando se tratavam de William, eu fazia questão de travá-los com as melhores armas que pudesse arranjar.
                -Duas esquisitas no meio do campo. Isso é totalmente contra as regras.
                -Para a sua informação, - Eu disse ameaçando espumar pela boca - Isso não é um campo de futebol, é uma calçada pública.Que, caso a sua mente retrógrada e paleolítica não saiba o que significa, quer dizer que pertence a todo mundo!
                Ele deu de ombros e mostrou a língua para mim e atirou a bola de volta ao amigo de trás, recusando-se a ir embora. Revirei os olhos. Muita maturidade. Virei-me para Cat, decidindo ignorá-lo completamente. Era o que minha mãe sempre me disse para fazer em situações assim. Afinal, veneno só faz mal se você engole.
                - O que eu estava falando mesmo? Ah é, da Barbra. Ai ela ficou tipo assim, tá falando sério? E eu perguntei, tá falando comigo? E ela ficou tipo, o que?
                A bola que William e o amigo trocavam acima de nós caiu bem nos meus braços, entre meus livros e meus seios. Levantei os olhos irritada, congelando William com o olhar e internamente destruindo-o com um raio laser roxo. 
                -Devolve ai, Magnólia.
                Ele pediu, batendo palmas. Aposto que assim que eu jogasse para ele, ele faria uma piadinha sobre como eu era fraquinha. Olhei para o lago que corria ao lado da calçada e troquei um olhar com Cat. Por um segundo pude vê-la implorar que eu não fizesse, mas depois ela revirou os olhos, sabendo que eu ia fazer. Joguei a bola lá embaixo, acertando diretamente na água barrenta, fazendo-a espirrar em várias direções. William olhou lá para baixo, chocado por um segundo, mas então empurrou meu ombro com as duas mãos, desenganchando meu braço do de Cat, que tapou a boca, assustada com a reação do meu arqui-inimigo.
                -Você está louca é? Só pedi para devolver a bola! Qual o seu problema?
                -Você!
                Respondi sinceramente.
                -E o que eu fiz para você?
                -Bem, para começar você nasceu. E me chama de “coisa, esquisita, e nojenta” desde que eu consigo me lembrar. Você costumava jogar suco na minha roupa para dizer que estava urinando ou suando. Você insiste em esbarrar em mim nos corredores. Você insiste em jogar uma bola em mim em toda aula de educação física. Quer que eu continue, ser odioso?
                Ele me empurrou novamente.
                -Ora eu devia...
                -Ir buscar sua bola que a correnteza vai levar?
                Terminei a frase para ele. Com uma carranca assustadora, ele e o amigo começaram a descer o barranco. Enganchei meu braço no de Cat e voltamos a caminhar na direção da escola. Assim que estávamos à uma distância segura, voltamos a falar.
                -Dá para acreditar nisso? - Perguntei exasperada. Cat suspirou. – O que foi isso?
                -Nada.
                Ela disse baixinho balançando a cabeça.
                -Vamos lá. Desembucha.
                Ela suspirou novamente e me encarou com os tímidos olhos verdes faiscando.
                -Olha, eu sei que o que eu vou dizer você já ouviu. Todo mundo fala isso mas é verdade. Ele te irrita desse jeito porque ele gosta de você. E você gosta dele.
                Senti-me ultrajada, difamada e violentada. Sim, eu já ouvira isso. Já tivera que aturar musiquinhas, risinhos, perguntas desconfortáveis, e os longos discursos da minha mãe. Mas eu nunca imaginara que a minha melhor amiga, a criatura mais fofa, afável e tímida da terra teria coragem que cometer uma atrocidade dessas. Eu, apaixonada pelo William? Era mais fácil porcos voarem! Sacudi o braço e saí a passos pesados.
                -Maggie! Espera! Desculpa!
                -Acabou tudo entre nós, Catelyn! Agora você vai assistir Game Of Thrones sozinha, e jogar badminton sozinha... E twittar sozinha! Vou dar um baita unfollow em você! E no tumblr também! É!
                Eu disse, magoadíssima, cruzando os braços e correndo.

                Meu mau-humor devido à briga com Cat teve uma pausa quando William e seu amigo entraram na sala com uma autorização. Eu não pude evitar de rir. Ambos estavam encharcados, mas William estava pior. E fedia. Havia folhas e lama pingando de seu cabelo e eu tinha certeza que era uma minhoca caminhando em seu ombro. O professor os mandou para o banheiro para se lavarem, e antes de sair, William lançou um olhar assassino para mim, enquanto eu me dobrava de rir sobre a mesa.
               
                Quando o sinal bateu, sinalizando o fim da aula de física, William estava de volta, de cabelos molhados, porém não mais sujos e de roupa limpa, que ele provavelmente devia ter no armário. Assim que o professor deixou a sala, ele veio diretamente na direção, como um míssil.
                -VOCÊ! – Ele gritou marchando na minha direção. – Sua garota imprestável! Porque fez aquilo com a bola nova que meu pai me deu? Eu estou fedendo!
                Observei-o de cima a baixo e soltei um risinho cínico.
                -Nada mudou.
                Eu disse dando de ombros. Ele se aproximou, puxando minha camiseta, como se planejasse me bater.
                -Sua irritante! Eu não fiz nada para você!
                Dei um tranco para que ele me soltasse.
                -Me solta, seu Neandertal!
                -Babaca!
                -Insignificante!
                -Nerd!
                -Implicante!
                Cat surgiu do nada ao lado da nossa discussão.
                -Que droga, se beijem logo!
                Ela empurrou William para cima de mm. Ele estava tão próximo que seus lábios foram direto de encontro com os meus. Por um segundo, a relutância de ambos os lados por palpável. Ele chegou a morder minha língua. Mas antes que eu ordenasse que meus braços o tirassem de cima de mim, sua língua invadiu minha boca sem a minha permissão. Ou William era um beijador desajeitado ao extremo (O que era bem possível), ou aquele beijo era um acidente completo. Mas ainda assim, por alguns momentos eu simplesmente aproveitei. E me atrevo a dizer que gostei. Que gostei de beijar William!
                Abri os olhos e o vi próximo demais. Ele abriu os olhos ao mesmo tempo, quebrando o encantamento que criava uma bolha de silêncio ao nosso redor. Todos na sala aclamava, se empurravam e acotovelavam para nos ver. Empurrei William para longe, não querendo que todos me vissem com ele.
                -Ui! Eca! Sai daqui! Eu te odeio, lembra?
                Ele se recompôs do empurrão, parecendo confuso por alguns segundos e depois voltando à carranca inicial.
                -É . Eu também te odeio!
                Disse, se afastando. Percebendo que o conflito e o beijo tinham acabado, nossos colegas começaram a dispersar. Quando encarei Cat ela me lançou um sorrisinho que claramente dizia “eu te avisei” e foi se sentar. Confusa, endireitei-me na cadeira, tocando meus lábios com a ponta dos dedos e corando. Eu tinha mesmo, perdido o meu BV com o William?!
                -Ei Magnólia! – Chamou William atrás de mim. Virei-me para ele – Quer dar uma volta qualquer dia?
                Ele perguntou sorrindo. Fiz que sim.
                -Claro. Eu vou adorar.