14 de abr. de 2012

A máquina de pão

-Leitores, vocês estão, nesse instante, sendo invadidos. Invadidos? Sim, invadidos.
-Repare como não utilizei do travessão para permitir que Razz questionasse a veracidade de minhas palavras e isso se dá simplesmente por que eu sou Razz e faço as minhas próprias perguntas. Ah, não se preocupem, Skitter está bem - pelo menos enquanto ela decidir se comportar. Eu a prendi por um tempo para finalmente ter uma postagem minha (#Geniodomalfeelings), MUAHAHAHA! Mas o que dizer? Pelo visto vocês parecem apreciar maluquices, pelo menos é o que a Skitter diz. Acho que para variar, a Voz da Razão tem uma. Lá vai:

Você já viu uma máquina de pão? Provavelmente sim. É um treco grande, que varia cores do branco ao prata e finalmente ao preto. É como um daqueles carros novos, quadrados, exceto por um detalhe: Ela faz pão.
Ah sim leitores, fico feliz em dizer, que a maravilhosa máquina de pão além de tudo, realmente faz pão! E não só pão! Pão de passas, nozes, banana, frutas cristalizadas, panetones e bolos de todos os sortilégios.
Mas meu Deus! Que bom que me disse! Eu quero uma dessas agora!
Espere! Tem mais!
Tem?
Tem! Você sabia que você pode colocar os ingredientes nessa maravilhosa máquina na noite anterior, e de manhã, quando você acordar para trabalhar, ir a academia, ou sentar na sua poltrona e assistir novelas mexicanas o dia todo, ficando a cada dia mais sedentário e gordo, o seu pão estará esperando por você, quentinho?
Legal. Agora você sabe. A maldição agora está com você. "Que maldição?" você pergunta. Bem, é uma longa história. Essa  maravilhosa máquina surgiu no mercado brasileiro há uns 6 anos e é aí que nossa história tem início.
"O que é isso?"
Pergunta minha mãe ao moço do mercado. Pobre de nós. Não sabíamos o quanto éramos sortudas em ser ignorantes quanto àquilo.
"É uma máquina de fazer pão."
Respondeu o rapaz, que devia ter uns 17 anos, provavelmente em seu primeiro emprego. Até aí tudo bem. O rapaz já tinha se feito entender. A nossa frente estava o futuro das donas de casa não prendadas o bastante para fazer seu próprio pão-de-forma. Ponto. Mas, sem ser convidado, sem saber já incuravelmente infectado pela maldição, o cara continuou:
"Você sabia, que pode programar na noite anterior para que quando você acorda, o pão 'tá quentinho esperando por você?"
O mundo se iluminou para minha mãe e para minha mãe. Pão quentinho e novo todas as manhãs? Parecia um sonho! Pelo que rezamos toda a vez que repetimos "o pão nosso de cada dia nos dai hoje"! E olha que eu nem gosto de pão de forma, mas mesmo assim, a ideia de que a máquina o faria por mim, era incrivel. Mas graças a vontade constante de perder peso, da temporada de cortes econômicos, ao IPI elevado, e à preguiça de carregar a dita cuja para o carro, a nossa querida máquina, infelizmente, continuou no mercado. Fim da história. Fim? Ou apenas o começo?
A maldição continua... O tempo passou. Skitter encontrou sua vocação para a escrita, o blog ganhou destaque na sua vida, mudou de design algumas vezes, entre outras coisas. Para todos os efeitos, mais ou menos cinco anos se passaram. E a máquina de pão jamais se manteve longe. Jamais.
Assistindo à Polishop na casa da minha avó, o ator contratado na tevê dizia-se entusiasmadíssimo.
-...E você não acredita no que essa maquinhinha faz por você. Quer ver? Você vai a-do-rar, ADORAR! - Ele vai até a bancada, abastecida com todo o sortimento do comidas e de "brindes" que você ganharia se ligasse AGORA! - Olha só... Você programa ela assim, ó - E mostrava como apertar os diversos botões - Coloca os ingredientes. - E quebrava alguns ovos, depois colocava algumas xícaras de farinha. - E de manhã quando você acordar, ele vai estar lá quentinho, esperando por você! Não é o máximo?!
E lá estava ela, sendo filmada de vários ângulos. E a coisa não parou por aí. Durante os próximos anos, eu e minha mãe fomos forçadas a aguentar a nós mesmas enquanto falávamos o refrão do "você sabia que..." toda a vez que víamos uma máquina dessas, só pelo prazer de ver as expressões de surpresa no rosto dos leigos de máquinas de pão, infectando-os a maldição do discurso panificador.
Passamos, nós duas, tanto esse conhecimento, que chegou um momento que todos ao nosso redor já sabiam sobre a maravilhosa geringonça padeira. E a maldição se autodestruiu por um tempo.
Entrando no ensino médio, com sonhos terríveis sobre reprovação, livros bestantes (e do Peeta me dando um pão), a máquina de pão era a ultima coisa que se passava na minha cabeça até que...
01/04/2012.
Aproximadamente 11:36.
Dia da mentira.
Um pai e suas duas filhas, uma de 14 e a outra de 6... Digo 8 anos, comem o café da manhã à mesa da cozinha tranquilamente. O pai pega o pão de forma de cima da mesa para cortá-lo e tudo acontece em câmera lenta. Antes que eu pudesse dizer "NÃÃÃÃÃO" e dar uma de Matrix para tirar o pão da mão dele, era tarde demais.
-Foi a vovó quem fez para mim. Comprei uma máquina de pão para ela. Sabia que se você programar... Tentei chamar meus ninjas acionados por telepatia, em uma tentativa frustrada de poupar o jovem cérebro da minha irmã da maldição, mas nenhum deles apareceu.
E então... A maldição retornou...

Skitter - A Maluca do Blog (Eu to bem, tá gente? :) )
Razz - A Voz da Razão (Por enquanto...)

3 comentários:

  1. KKKKK adorei essa sua cronica do cotidiano.... acho que vou comprar uma maquina dessas!!! Kkk

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  2. HAHAHAHAHAHA Que delícia de crônica, Skitter, adorei. Ainda mais com um final desses. Aliás, você sabia que, com uma máquina dessas, você pode programar e ter pão quent... .

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