21 de nov. de 2011

Nem tudo é o que parece ser...

Seus olhos se enganavam? O velho e rabugento homem, seu vizinho, andava de mãos dadas na calçada ao lado de uma linda jovem? Desde que se mudara, nunca o vira sequer olhar para nenhuma mulher da vizinhança, nem tampouco mulher nenhuma. Iluminada pela luz do sol transpassada pelas laranjas folhas outonais, o cabelos castanho caía sobre os ombros e os olhos luziam e enrugavam nos cantos quando ela ria das piadas do velho, que o jovem que espiava pela janela não podia ouvir.
Decidido a tirar a limpo essa história estranha, desceu as escadas e saiu da casa, enquanto a moça se despedia do velho na varanda da sua casa. A jovem de olhos cor-de-mel foi gentil quando abordada pelo curioso rapaz. Com um sorriso que parecia ter sua própria luminescência e com muita calma, ela explicou a ele que era filha do senhor, e que morava longe e quase nunca podia vir visitá-lo. Agora estava se mudando para a cidade e planejava ver o pai mais vezes. "Se este é o caso então, disse o jovem, aceita tomar um café comigo?".
Nos bancos engordurados do melhor café da minúscula cidade, conversaram por algumas horas, e não demorou para voltarem a se ver. Tanto se viram que o jovem passou a amar a moça, e ela retribuía o sentimento, sem dúvida nenhuma. E logo o casório estava montado, dois anos após se conhecerem. Aos olhos do rapaz, esperando no altar, vestida de branco, sua noiva parecia a mais linda de todas. Como costume ela entrou ao lado do pai, que com um flor vermelha na lapela, trazia mais lágrimas nos olhos do que a própria filha. "Não choro pai, ela disse quando ele a questionou antes de entrar na igreja, porque tenho certeza de que eu o amo".
A cerimônia foi simples, mas feliz, e a festa a dois, sem balada, álcool e nem nada. Logo a primeira filha do casal começou a crescer dentro do ventre da esposa. Foi uma correria só, todos se esforçando para fazer da gravidez a mais tranquila possível. Mas antes que a pequena Sophia completasse um ano a seus passinhos lentos com os pés gorduchos de bebê, o pai da moça, que agora era mãe, faleceu de causas naturais. No enterro toda a família chorava, e apesar de o rapaz que agora era pai, com a pequena Sophia a balbuciar no colo estar pronta para apoiar a esposa, ela era a única que não chorava.
Na verdade, estampava um sorriso pacífico enquanto encarava o rosto do pai pela última vez antes que seu corpo desaparecesse debaixo da terra, como se os dois compartilhassem um segredo que só os dois sabiam. O marido, depois de chegarem em casa e colocarem a pequena Sophia na casa, perguntou a ela porque ela não chorava. Calmamente como no dia que se conheceram, ela respondeu com a voz macia.
"Minha mãe morreu quando eu era pequena e eu virei a prioridade do meu pai. Mas ele deixou bem claro que quando eu não precisasse mais dele, ele iria embora, mas só então. E é por isso que não choro, porque tenho certeza de que ele tinha certeza, de que eu não precisava dele."
"Mas mães e pais deveriam ser eternos. Precisamos deles sempre."
"Na opinião dele, eu agora tenho você."

Surpreendentemente essa linda história/redação não foi de LP (Língua Portuguesa), foi de Artes! Exatamente, devíamos fazer um óculos malucos, e enfeitar com o que a gente gostava. Enquanto todos os com dons irritantes de desenho faziam Ipods, notas musicais, e sóis, eu escrevi toda essa história, e agora posso usá-la no rosto. =D

Skitter - A Maluca do Blog

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