16 de mai. de 2012

#VamosTerGarra

Estou aqui para expressar a minha indignação. Sobre o que? Bem, só digamos que não sou a primeira e muito menos a unica, mas eu simplesmente não pude ficar calar. Perdão se eu ultrapassar o limite, mas essa é minha sincera opinião. O que nós somos? Como brasileiros e pessoas, seres humanos, para o olhar do mundo?
Somos negros e índios, com traseiros de escalas quilométricas, com macacos e papagaios empoleirados nos ombros, que sambam a toda a hora e jogam futebol com tudo o que encontram jogado na rua. Ponto. Sim. É o que pensam de nós. Bunda. Samba. Macacos. Diferença Étnica. E futebol.
Bem, quanto aos traseiros femininos brasileiros, não há muito o que se fazer. Acho que os homens precisam da fantasia de algum país tropical onde mulheres andam de biquínis minusculos para todo o lado, exibindo tudo o que tem. Quanto ao samba, eu também entendo. Nosso ritmo é marcante, gostoso, contagiante. Não me admira que os estrangeiros gostem tanto. Tenho orgulho - pelo menos dessa parcela - da música brasileira. Quanto aos macacos e à diferença étnica, não sei muito bem o que pensar. Provavelmente é algo que eles captaram ao passar os olhos sobre uma página da Wikipedia antes de plagiá-la (Afinal, que estudante já não fez isso?).
Finalmente chegamos aonde eu queria chegar desde a primeira linha. O futebol. É aí, que meia duzia de pé-de-alface (Como diz a vlogueira Bárbara Miyaji), começam a reclamar enquanto leem o texto, sentados atrás de uma luminosa tela de computador, comendo um imenso pedaço de bolo colorido. "Mas eu não gosto de futebol". Não importa. Isso ainda é para você. Eu sempre gostei de futebol, mas nunca tive vontade, nem interesse de entender o jogo completamente, principalmente porque eu odeio cada um dos 20 e poucos homens em campo por ganharem tanto para malhar e jogar um jogo que homens jogam de graça nas canchas publicas, enquanto pessoas morrem em hospitais caindo aos pedaços, esquecidos, não por Deus, mas pelo governo. Enfim, gosto, mas não gosto.
Esses dias, tivemos um jogo importante aqui no Paraná, com nossos times principais, disputando alguma coisa, que até hoje não descobri o que era. Desde pequena, fui levada aos jogos de futebol pelo meu pai (que não aceita assistir jogo sem seu fiel radinho a pilha, hábito que ele adquiriu com meu avô, que usa um trambolho singelas 15 vezes maior), e doutrinada a torcer. Fui ensinada sobre o que deveria cantar - e sobre só cantar aquilo no estádio. É divertido. É empolgado. É se sentir vivo. Resumindo, ir torcer no estádio é o máximo. Porém ver o jogo pela televisão, com a desculpa dos aficcionados, é uma droga. Eu me entedio tão rápido quanto na aula de biologia. Nesse jogo, apenas passei os olhos pelo placar enquanto batiam os pênaltis finais, que é possívelmente a parte do jogo que eu menos entendo - E com o nome mais engraçado.
Enfim, na escola, no dia seguinte, fiquei espantada ao descobrir que a maioria dos meus colegas, às vesperas de uma dificílima prova de física, não penas haviam assistido o jogo, como chorado e se emocionado com o resultado. Fiquei espantada com a força que esse esporte tem sobre nós. E foi na hora que me voltou a cabeça, a revolta sem sentido que eu tinha sentido ao ver a nova propaganda do Itau, que lança a proposta #VamosJogarBola. Ali, eu entendi porque tinha ficado tão brava.
VAMOS JOGAR BOLA! Diz o anúncio. Vamos fingir que estamos doentes, matar o trabalho e ir jogar bola! Afinal, esse é o jeitinho brasileiro, certo? Somos preguiçosos e só o que fazemos da vida é jogar futebol e comer arroz e feijão não é? Não! Além de eu também comer hamburguer de vez em quando, somos mais do que isso. Ser brasileiro é muito mais do que isso, muito mais do que o Itau, um banco supostamente feito para você, brasileiro, pensa de nós. E mesmo que eles patrocinem e aleguem que a "festa do futebol" será na nossa casa, jogar bola não vai resolver nossos problemas sociais, o atraso das obras para a copa e nem a fome do nosso povo, de um dia para o outro. É preciso esforço. Força de vontade. Trabalho. Educação. Porque afinal, não é preciso ser brasileiro para jogar bola.
O que realmente nos diferencia de tudo e de todos por ai, é a nossa garra. De torcer, de procurar resultados, se emocionar com replays. É por isso que há tantos torcedores. Porque direcionam sua garra para as telas. É por isso que formamos atletas lendários. Porque eles direcionam a sua garra para vencer e deixar o país orgulhoso. E é disso o que precisamos para mudar nosso país. Direcionar, mesmo que seja um pouquinho dessa força para o problema real. Aí sim, poderemos jogar bola. É por isso, que lanço aqui nesta postagem, uma contra proposta contra a do Itaú.
A curto prazo, #VamosTerGarra Brasil! Vamos trabalhar! E depois, a longo prazo, #VamosJogarBola para relaxar, afinal ninguém é de ferro. Mas então, não haverá nada no nosso caminho. E poderemos jogar até cansar.
E então brasileiros? #Vamos ter Garra?


2 comentários:

  1. KKKKK essa é minha filha...super hiper critica...rs.
    parabens Isabella

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  2. gostei muito ( sou aluna da sua mãe na PUC) eu gosto de futebol, mas antes do jogo de domingo comentei com uma amiga que tinha certeza que ia ter empate e ia para os penaltis, etc, eu sabia,,,, sou atleticana, e defendo o meu time, mas não tenho (infelizmente) a alegria completa ao torcer e ver o jogo,,,, enfim,,,, como você escreveu "vamos ter garra"e tentar fazer a diferença,,,

    parabéns,,, muito bom seu texto


    Ester Persike

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