Conhece esse meme? Provavelmente sim. Bem, ele foi a inspiração para o texto de hoje. Espero que gostem. Com certeza, todo mundo tem, já teve, ou vai ter um colega implicante como esse:
-Ai eu disse, não
acredito! E ela disse como assim? Ai eu disse, é isso ai! E ela ainda teve a
cara de pau de olhar na minha cara e dizer...
Fui interrompida
por uma pancada no ombro. A minha frente, William continuou correndo, agora de costas
para receber a bola de futebol americano que o amigo lançou para ele detrás de
nós.
-Seu grosso! Por
acaso é cego?
Perguntei
interrompendo minha história sobre a vadia da Barbra se achando melhor do que
eu só porque papai tem graninha. Cat não disse nada, só cruzou os braços e
calou-se. Minha amiga não gostava muito de confrontos. Eu também não, mas
quando se tratavam de William, eu fazia questão de travá-los com as melhores
armas que pudesse arranjar.
-Duas esquisitas
no meio do campo. Isso é totalmente contra as regras.
-Para a sua
informação, - Eu disse ameaçando espumar pela boca - Isso não é um campo de
futebol, é uma calçada pública.Que, caso a sua mente retrógrada e paleolítica
não saiba o que significa, quer dizer que pertence a todo mundo!
Ele deu de ombros
e mostrou a língua para mim e atirou a bola de volta ao amigo de trás,
recusando-se a ir embora. Revirei os olhos. Muita maturidade. Virei-me para
Cat, decidindo ignorá-lo completamente. Era o que minha mãe sempre me disse
para fazer em situações assim. Afinal, veneno só faz mal se você engole.
- O que eu estava
falando mesmo? Ah é, da Barbra. Ai ela ficou tipo assim, tá falando sério? E eu
perguntei, tá falando comigo? E ela ficou tipo, o que?
A bola que William
e o amigo trocavam acima de nós caiu bem nos meus braços, entre meus livros e
meus seios. Levantei os olhos irritada, congelando William com o olhar e
internamente destruindo-o com um raio laser roxo.
-Devolve ai,
Magnólia.
Ele pediu, batendo
palmas. Aposto que assim que eu jogasse para ele, ele faria uma piadinha sobre
como eu era fraquinha. Olhei para o lago que corria ao lado da calçada e
troquei um olhar com Cat. Por um segundo pude vê-la implorar que eu não
fizesse, mas depois ela revirou os olhos, sabendo que eu ia fazer. Joguei a
bola lá embaixo, acertando diretamente na água barrenta, fazendo-a espirrar em
várias direções. William olhou lá para baixo, chocado por um segundo, mas então
empurrou meu ombro com as duas mãos, desenganchando meu braço do de Cat, que
tapou a boca, assustada com a reação do meu arqui-inimigo.
-Você está louca
é? Só pedi para devolver a bola! Qual o seu problema?
-Você!
Respondi
sinceramente.
-E o que eu fiz
para você?
-Bem, para começar
você nasceu. E me chama de “coisa, esquisita, e nojenta” desde que eu consigo
me lembrar. Você costumava jogar suco na minha roupa para dizer que estava
urinando ou suando. Você insiste em esbarrar em mim nos corredores. Você
insiste em jogar uma bola em mim em toda aula de educação física. Quer que eu continue,
ser odioso?
Ele me empurrou
novamente.
-Ora eu devia...
-Ir buscar sua
bola que a correnteza vai levar?
Terminei a frase
para ele. Com uma carranca assustadora, ele e o amigo começaram a descer o
barranco. Enganchei meu braço no de Cat e voltamos a caminhar na direção da
escola. Assim que estávamos à uma distância segura, voltamos a falar.
-Dá para acreditar
nisso? - Perguntei exasperada. Cat suspirou. – O que foi isso?
-Nada.
Ela disse baixinho
balançando a cabeça.
-Vamos lá.
Desembucha.
Ela suspirou
novamente e me encarou com os tímidos olhos verdes faiscando.
-Olha, eu sei que
o que eu vou dizer você já ouviu. Todo mundo fala isso mas é verdade. Ele te
irrita desse jeito porque ele gosta de você. E você gosta dele.
Senti-me ultrajada,
difamada e violentada. Sim, eu já ouvira isso. Já tivera que aturar
musiquinhas, risinhos, perguntas desconfortáveis, e os longos discursos da
minha mãe. Mas eu nunca imaginara que a minha melhor amiga, a criatura mais
fofa, afável e tímida da terra teria coragem que cometer uma atrocidade dessas.
Eu, apaixonada pelo William? Era mais fácil porcos voarem! Sacudi o braço e saí
a passos pesados.
-Maggie! Espera!
Desculpa!
-Acabou tudo entre
nós, Catelyn! Agora você vai assistir Game Of Thrones sozinha, e jogar
badminton sozinha... E twittar sozinha! Vou dar um baita unfollow em você! E no
tumblr também! É!
Eu disse,
magoadíssima, cruzando os braços e correndo.
Meu mau-humor
devido à briga com Cat teve uma pausa quando William e seu amigo entraram na
sala com uma autorização. Eu não pude evitar de rir. Ambos estavam encharcados,
mas William estava pior. E fedia. Havia folhas e lama pingando de seu cabelo e
eu tinha certeza que era uma minhoca caminhando em seu ombro. O professor os
mandou para o banheiro para se lavarem, e antes de sair, William lançou um
olhar assassino para mim, enquanto eu me dobrava de rir sobre a mesa.
Quando o sinal
bateu, sinalizando o fim da aula de física, William estava de volta, de cabelos
molhados, porém não mais sujos e de roupa limpa, que ele provavelmente devia
ter no armário. Assim que o professor deixou a sala, ele veio diretamente na
direção, como um míssil.
-VOCÊ! – Ele gritou
marchando na minha direção. – Sua garota imprestável! Porque fez aquilo com a
bola nova que meu pai me deu? Eu estou fedendo!
Observei-o de cima
a baixo e soltei um risinho cínico.
-Nada mudou.
Eu disse dando de
ombros. Ele se aproximou, puxando minha camiseta, como se planejasse me bater.
-Sua irritante! Eu
não fiz nada para você!
Dei um tranco para
que ele me soltasse.
-Me solta, seu Neandertal!
-Babaca!
-Insignificante!
-Nerd!
-Implicante!
Cat surgiu do nada
ao lado da nossa discussão.
-Que droga, se
beijem logo!
Ela empurrou
William para cima de mm. Ele estava tão próximo que seus lábios foram direto de
encontro com os meus. Por um segundo, a relutância de ambos os lados por
palpável. Ele chegou a morder minha língua. Mas antes que eu ordenasse que meus
braços o tirassem de cima de mim, sua língua invadiu minha boca sem a minha
permissão. Ou William era um beijador desajeitado ao extremo (O que era bem possível),
ou aquele beijo era um acidente completo. Mas ainda assim, por alguns momentos
eu simplesmente aproveitei. E me atrevo a dizer que gostei. Que gostei de
beijar William!
Abri os olhos e o
vi próximo demais. Ele abriu os olhos ao mesmo tempo, quebrando o encantamento
que criava uma bolha de silêncio ao nosso redor. Todos na sala aclamava, se
empurravam e acotovelavam para nos ver. Empurrei William para longe, não
querendo que todos me vissem com ele.
-Ui! Eca! Sai
daqui! Eu te odeio, lembra?
Ele se recompôs do
empurrão, parecendo confuso por alguns segundos e depois voltando à carranca
inicial.
-É . Eu também te
odeio!
Disse, se
afastando. Percebendo que o conflito e o beijo tinham acabado, nossos colegas
começaram a dispersar. Quando encarei Cat ela me lançou um sorrisinho que
claramente dizia “eu te avisei” e foi
se sentar. Confusa, endireitei-me na cadeira, tocando meus lábios com a ponta
dos dedos e corando. Eu tinha mesmo, perdido o meu BV com o William?!
-Ei Magnólia! –
Chamou William atrás de mim. Virei-me para ele – Quer dar uma volta qualquer
dia?
Ele perguntou
sorrindo. Fiz que sim.
-Claro. Eu vou
adorar.
rs... è bem a sua cara... to achando essa sua personagem meio.... bipolar?? KKKKKK Creio que os adolescente são estressados ..não é mesmo?
ResponderExcluiradorei vou divulgar.
beijão
Mamis
Oi Isabella,
ResponderExcluirQue menina inteligente.. Ainda nao li tudo, pq é bem compridinho. Tentarei ler amanha e te dou o meu parecer.. Beijao Sandra ( amiga da tua mae )
Meninas pensantes....Sujeitos pensantes...Ah! Como isso é bom.....Parabéns pelo texto... Adorei!
ResponderExcluirSenti-me ultrajada, difamada e violentada.
ResponderExcluirAchei o violentada um pouco forte, já que é uma das sensações mais horríveis na face da terra você ter alguém sobre vc a forçando a fazer coisas que não quer. Foi a única palavra que não achei cabível no contexto todo.
Parabéns menina, você vai longe!! Adorei o conto, bem adolescente, real.