22 de out. de 2012

Bolsas

Algo que me inquieta desde pequena, é capacidade dos seres humanos de usarem bolsas.
É um costume ancestral, desde que o primeiro Homo Sapiens percebeu que ele podia colocar suas coisas na tripa do porco e dar um nó, carregar coisas de forma, digamos assim, "prática", dentro de uma bolsa. Porém, assim como nascia sem o gingado para o samba, e o amor brasileiro pelo futebol, acho que fui deserdada da classe de seres humanos bolssísticos.
Há dois tipos de bolsa que posso usar: A transversal e a mochila. Penduro nos ombros e me esqueço que estão ali, mesmo quando estão pesadas. Para mim não é muito difícil. O ensino médio é uma competição de levantamento de peso com as costas.
Agora, o que eu não consigo entender, é a capacidade de grande parte das pessoas ao meu redor de usarem qualquer outro tipo de bolsas. Um modalidade muito comum na minha série, são as bolsas de um ombro só, tipos de bolsa que eu só escolho em ocasiões extremas, em que eu não tenho que carregá-la por muito tempo. O ombro dói, e você tem que ficar trocando a cada cinco minutos. Você pode até dizer que é mais fácil para ter tudo sempre a mão, mas para achar o que você precisa, geralmente é necessária toda uma ginástica para enfiar o braço bolsa adentro para procurar, o que iguala sua praticidade com a da mochila, com o ônus que você vai detonar ambos os ombros, levando uma quantidade muito menor de peso.
Um grande questionamento meu era: Se dói tanto minhas costas com o peso dos livros, porque seus ombros parecem em tão perfeito estado? Cheguei à resposta recentemente: Essas pessoas não levam todos os livros. O mundo se iluminou para mim. Pude dormir em paz por um dia, para então ficar insone no outro, pensando em como um ser humano pode ir para a aula, levando apenas alguns livros. Qual o critério de avaliação que usam? E como, senhor Deus, não se sentem culpados e/ou relapsos como eu? Serei eu, a última consciente?!
Deixando de lado este assunto, que ilustrou algumas páginas do meu diários, volvemos ao nosso assunto principal, em um outro tópico: Bolsas de mão e de alças curtas. Em poucas palavras? Me esqueceria delas.
Prefiro ir de celular e dinheiro na mão ao invés de usar uma bolsa de mão. Odeio carregar alguma coisa que não seja um livro. Me irrita, e me dá a sensação que alguém vai roubar de mim a qualquer momento (provavelmente algum reflexo dos jogos de basquete da escola). Alças curtas, muito populares entre criancinhas que compram sandálias que vem com estas bolsas de plástico. Ficar segurando uma dessas por muito tempo produziria o mesmo efeito da bolsa de mão. Prefiro carregar minhas coisas na mão, onde sei que ficarão seguras.
Agora, seguindo por um ponto completamente diferente, já desbravado, mas não o bastante, por escritores antes de mim: Como uma bolsa de mulher por caber tanta coisa? Este é um dos mistérios que, apesar de funcionarem comigo, não tem nenhuma explicação lógica para tão fenômeno. Para os homens que querem saber, deixo aqui uma lista do que pode conter na bolsa de uma mulher:

  • Dois sapatos extras: Um salto mais baixo do que o que ela está usando, para o caso do salto quebrar; E um chinelinho, para o caso de seu pé começar a doer.
  • Comida (Barrinhas de careal, balinhas, chiclete, M&M's, bolachinhas, um pacote de traquinas, um sanduíche de linguiça com alface, um X-Mignon, três cachorros quentes, um carrinho de churros, uma carroça de pipoca, uma franquia do McDonalds e três filiais da Pamonhas do Zé. Resumindo, se ela disse que não tem comida na bolsa, ela está mentindo.)
  • Carteira com todos os documentos necessários, recibos de todas as contas pagas nos ultimos dois anos, RG, CPF, Carteirinha de Estudando do tempo do Opa, IPVA, talão de cheque, passaporte, identidade falsa, foto dos filhos, do namorado, do marido, do amante, fotos riscadas dos ex-namorados, cartões de crédito de todos os bancos e lojas possíveis e imagináveis, selos para carta, meia dúzia de envelopes, um tabelião de plantão, três carteiros.
  • Carimbos, cartões de visita, tickets de estacionamentos antigos, um livro para passar o tempo, uma bíblia, um terço, marcadores de página, a agenda lotada, três grampos de cabelo, alguns elásticos, uma escova, a agenda de telefones, o celular, um dicionário Aurélio, daqueles grandões de 1999. A ultima edição do Censo, a Constituição Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, um telefone fixo antigo para mandar para arrumar, um porrete, três tijolos, uma lata de pimenta em spray, uma pistola, munição, uma semi-automática, uma bala de canhão perdida, um avião, um porta aviões para carregar, um navio cruzeiro, e um elefante. 
Ah, esqueci de mencionar que é o capitão Caverna que guarda tudo isso. Fez mais sentido? É claro que não. Nada do que eu digo faz sentido. E é por isso, que invoco Luís Fernando Veríssimo ao meu texto ao perguntar, mas o que essas bolsas tem à ver com o meu café com leite? Simples.
Tem cafeteira em algumas bolsas.

Skitter - A Maluca do Blog

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